Quando falamos à respeito de Sagrado, significa que determinada coisa é de tamanha importância, deve ser reverenciado ou cultuado, principalmente respeitado. O papel do masculino nas religiões e crenças pagãs é bastante destacado em todas as celebrações, quando celebra-se o nascimento do Deus Sol, ou a Criança da Promessa, até o momento em que esse sagrado masculino precisa de uma companheira, daí então se reproduzem em um ato tão sagrado quanto, seria portanto a junção do feminino e do masculino sagrado, dessa forma, gera-se o equilíbrio entre o dual: Sol e Lua, Eclipse solar e lunar, os elementos água e terra e etc. Enquanto a mulher representa o papel da geradora, o homem representa o papel do fertilizador, ambos se compondo, se completando, assim como o Ying&Yang.
O sagrado masculino fora tão reverenciado e cultuado como sinônimo de fertilidade e poder, por seu órgão sexual. Dentro da psicologia a teoria de que o homem aparenta possuir maior força por ter seu órgão sexual exposto (fica do lado de fora, enquanto que o da mulher fica do lado de dentro do corpo), desse modo, no reino animal, o mais fértil e poderoso poderia fecundar a fêmea. Essa ideia e fato biológico transgride até mesmo em relação ao ser humano, que afinal de contas, não deixa de ser mais uma dentre tantas espécies, embora um ser racional. Nossos antepassados bastante primitivos, ao observar e refletir a respeito do comportamento animal, julgou-se bastante parecido, embora suas técnicas e engenhocas fossem diferentes das demais, o ser humano passa a entender as relações por modo de reprodução. Após muitos séculos, décadas, milênios e mais, o homem moderno, por assim dizer, passa a entender o sexo como fonte de prazer. Como no reino animal, cabe ao macho comandar, ser admirado, disputado e reverenciado, embora o espanto com o sagrado feminino, que por sua vez abrange muitos mistérios não somente acerca de seu sexo, como de seu próprio ciclo.
Freud dentro da psicanálise, traz essa questão do masculino de modo bem interessante, ele alega que a mulher é um ser castrado por não possuir um pênis como órgão sexual, e é onde há diversos conflitos a respeito de sua sexualidade e relações. Isso quer dizer que por não possuir um órgão fálico, que é extremamente imponente, a mulher sente-se castrada, portanto, sem poder e disso mantem-se os diversos mistérios acerca de sua própria sexualidade, desde como funciona, até o descobrimento deste, enquanto que para os homens isso já é divulgado de forma clara e objetiva, sem que haja repulsa ou temor.
A primeira experiência com o fato de compreender que possui um pênis é a circuncisão, muitas vezes feitas assim que o bebê nasce (menino), algumas mais tarde.
“Antes de tudo, precisamos pontuar que o termo “Poder do Falo”, apesar de abranger também este ciclo sexual masculino, não se resume a ele, apenas – entenda Poder do Falo como o Poder vivenciado pelo homem quando em contato saudável e harmônico com o Sagrado Masculino em si, e não simplesmente focalizado no pênis ou no orgasmo. O termo é apenas uma metáfora, e não um reducionismo do homem ao seu pênis.” — http://androtheosis.wordpress.com/
Para os povos egípcios, por exemplo, essa passagem era simbólica e de extrema importância para o homem, a partir desse rito de passagem, o jovem torna-se um adulto, pronto para gerar filhos. Mostra o quanto o falo era venerado como sinal de prosperidade (por gerar muitos filhos), de fertilidade (ser apto à relações e apto a gerar herdeiros). Já os gregos, por exemplo, cultuavam o pênis de tamanho pequeno, pois o porte físico de muitos gregos eram sempre mais ressaltados deixando o pênis como um acessório de fertilidade, mas sempre preservando o busto, a fisionomia em geral. O tamanho que não é documento para uns, e é para outros, é um tabu gerado até os tempos atuais, a rixa entre o comprimento e espessura não somente entre os homens, mas também entre as mulheres, que atualmente cultuam o pênis avantajado. Saibam, meu caros, que os povos antigos basicamente desprezavam-nos por serem fora das medidas corpóreas, sendo assim, cultuavam — como citei acima sobre os povos gregos — os falos menores.
“A circuncisão é realizada por diversos povos desde a antiguidade, é a operação mais antiga que se tem registro depois do corte do cordão umbilical, muitas vezes era realizada como um ato de conexão e aliança com Deus. O homem marcava o símbolo da sua masculinidade simbolizando sua conexão com o divino, com o Sagrado. Para os egípcios os sacerdotes do templo se circuncidavam como sinal de afiliação a Rá, o Sol Criador, que circuncidou a si mesmo em um ato que é descrito no Livro dos Mortos. Há imagens egípcias de mais de 5000 anos onde está registrado o ato da circuncisão em jovens egípcios. Heródoto, o historiador grego acreditava que os próprios egípcios haviam inventado o rito.” —
Nos dias atuais a metáfora do poder do falo é levado à risca, porém, poucos de fato compreender o verdadeiro significado por traz disso. Com a chegada do monoteísmo — crença em um Deus só —, sendo portanto um Deus masculino, sobressalta-se a ideia de que o homem é de fato o centro de tudo e o sagrado feminino é deixado de lado, já que as religiões propriamente Diânicas — de culto à Deusa, sagrado feminino — são “extintas”, a mulher então passa a ser vista como impotente e somente reprodutora, não tendo abertura para o prazer, a descoberta do seu sexo e sexualidade, o uso destes e o conhecimento de ambos, já que não se conhecia todo o contexto feminino de menstruação, fertilidade, reprodução, parto, menopausa e assim segue, coisas de grande mistério para o masculino, passando então a ser um tabu também para as mulheres, que são afastadas de seus desejos para se tornarem castas e fiéis, enquanto o “poder” reprodutivo do homem aumenta, dando a ele a “fama” de grande reprodutor, podendo se reproduzir com quantas mulheres quisesse e não só, casar-se com elas, como é possível ver em algumas religiões tradicionais e conservadoras dentro do monoteísmo. Diante dessa confusão sobre a metáfora tornando-se um fato real religioso além de tudo, o machismo surge a partir da ideia de que o homem tem o poder e a mulher tem de ser submissa a ele por isso. Devido a esse fato, para o homem torna-se mais fácil e acessível o saber sobre seu órgão, enquanto para a mulher o acesso não somente é restrito mas é de grande luta, afinal, ela passa a ser privada das decisões de seu próprio corpo, tornando-se portanto uma propriedade do masculino.
Falamos agora do masculino sagrado dentro do paganismo, que é reverenciado, cultuado e sinônimo de fertilidade, tanto quanto o sagrado feminino, pois ambos andam de mãos dadas, como que um equilíbrio entre os gêneros.
Sugestão de Livros sobre a Sexualidade Sagrada Masculina.
Mário Pedro dos Santos-Sexualidade Masculina.
Fonte: http://falosagradomasculino.blogspot.com.br/
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